quinta-feira, 17 de junho de 2010

TEXTO DISSERTATIVO

DISSERTAR é expor uma idéia, argumentanto, comparando, defendendo um ponto de vista.
A defesa de uma idéia - o aspecto mais importante a se considerar a respeito do texto argumentativo é o fato de que seu autor está empenhado em convencer o leitor - o argumento deve promover credibilidade.

TIPOS DE ARGUMENTOS

ARGUMENTO POR CITAÇÃO - a citação de ma idéia de um autor renomado outorga à dissertação um caráter de veracidade, de confiabilidade. Cria a imagem de que o falante conhece bem o assunto.

ARGUMENTO POR COMPROVAÇÃO - argumentos são sempre masi verossímeis se estiverem apoiados em fatos fidedignos, em dados competentes, em comprovações.

ARGUMENTO POR RACIOCÍNIO LÓGICO - os argumentos devem sempre estar escorados por uma relação de causa e efeito: trata-se de tentar persuadir, trabalhando com relação de idéias.

Temas das redações da FUVEST

http://vestibular.uol.com.br/redacao/ult2821u4.jhtm#FUVEST90

Esse é o link para os temas das redações da FUVEST desde 1990.
Aproveitem.

Abraços.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pesquisa da Datafolha sobre cotas

Pessoal, como sugestão da Vivi (colega de vocês), coloco aqui uma pesquisa da Datafolha. Talvez vocês sintam um pouco de dificuldade para compreender os dados, mas vale o esforço. Até esse final de semana.

A pesquisa está na integra, caso vocês queiram acessar o site, esse é o link

http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=781

Abraços.

Opinião Pública - 27/11/2008

Cotas


A fim de tentar chegar mais perto da compreensão do brasileiro sobre questões de discriminação ou de inclusão do negro na sociedade brasileira, o Datafolha observou o grau de concordância ou discordância em relação a algumas outras frases propostas.

O principal resultado é verificado pela concordância total de 75% dos brasileiros, de que “deveriam ser criadas cotas nas universidades para pessoas pobres e de baixa renda, independente da raça”. Ainda que em parte, outros 11% também concordam com a idéia.

Uma minoria (10%) discorda, totalmente ou em parte, da proposta, entre os quais se destacam os mais escolarizados e os mais ricos (17% cada), segmentos que já haviam demonstrado preferência pela idéia do mérito individual próprio, além dos negros mais escolarizados (20%).

Uma das diferenças de posição entre criar cotas para negros ou para pobres pode ser explicada, em parte, pela concordância da maioria (62%, sendo que 45% totalmente) de que “reservar cotas para negros nas universidades pode gerar atos de racismo”, além de ser supostamente “uma coisa humilhante para eles”, na opinião de 53% (com a qual concordam totalmente 37%).


Concordam totalmente com a idéia de que as vagas poderiam estimular o racismo principalmente os homens brancos (52%), os mais escolarizados (55%) e os brasileiros com renda familiar entre dez e vinte salários mínimos (63%). Entre os brancos, 49% têm essa opinião, ante 44% dos negros que pensam assim.

Também são os mais estudados (44%) e os que declaram renda entre dez e vinte salários mínimos (48%) os que mais concordam com a possibilidade de as cotas tornarem-se humilhantes para os beneficiados.


Uma parcela menor, porém discorda totalmente dessas análises (29% em relação à primeira, e 37% em relação à segunda).

Na mesma linha de raciocínio desses últimos, 62% acreditam que “as cotas para negros nas universidades são fundamentais para ampliar o acesso de toda a população à educação”, sendo que 44% concordam totalmente com a hipótese.

Quase a metade dos brasileiros (47%) discorda totalmente de que “filmes, propagandas e novelas deveriam ter um percentual mínimo de negros”, mas vale notar que 40% concordam, taxa que fica ligeiramente acima da média entre as mulheres negras (46%), e destaca-se entre os negros menos escolarizados (40%) e os que têm renda familiar entre dez e vinte salários mínimos (55%).

São contra a restrição dos negros na mídia principalmente os que fizeram o ensino médio ou superior (48%), os que recebem mais de vinte salários mínimos por mês (53%) discordam da restrição de negros na mídia A maior discordância dos segmentos privilegiados em relação às hipóteses de racismo e humilhação como decorrente da reserva de vagas não expressa necessariamente, preconceito, uma vez.


Estatuto da igualdade racial


51% dos brasileiros são a favor do estatuto da igualdade racial


Até a realização desta pesquisa, em meados de setembro deste ano, cerca de um terço dos brasileiros (30%) havia tomado conhecimento do Estatuto da Igualdade Racial, projeto de ação afirmativa que visa melhorar a inserção social da população negra, e que vem sendo discutido no Congresso Nacional, cujo um dos pontos principais prevê que 20% das vagas em universidades públicas e particulares, no mínimo, sejam reservadas para negros e descendentes, independente das notas obtidas no vestibular.


A maioria (70%), entretanto, não estava ciente do fato, até a data, parcela proporcionalmente maior entre os menos escolarizados (75%), entre os mais jovens (78%) e entre os brasileiros pertencentes às classes D e E (79%).

Entre os cientes do fato, ficam ligeiramente acima da média os que se declaram brancos com 26 anos ou mais, além dos negros (34% de cada), os que moram no sul do país (35%, com destaque para os negros: 45%) e, principalmente, os mais ricos (45%) e os mais escolarizados (47%).


Apenas 5%, entretanto, afirmaram estar bem informados, entre os quais se destacam os brasileiros brancos com nível superior (16%), e os brancos mais ricos (20% entre os que têm renda familiar acima de vinte salários mínimos). Outros 16% do total afirmam estar mais ou menos informados sobre o assunto (22% entre os homens negros), e 9% admitem estar mal informados.

São favoráveis ao Estatuto 51% dos brasileiros, ante 39% contrários; dizem-se indiferentes 5%, enquanto 4% não souberam responder.


A concordância com o Estatuto cai conforme aumenta a escolaridade (de 56% entre os que estudaram até o primeiro grau, para 32% entre os mais escolarizados) e a renda familiar (de 52% entre os que têm renda mensal até dez salários mínimos, contra 31% entre os que recebem acima de vinte salários mínimos), e é maior entre os próprios negros (54%) do que entre os que se dizem brancos (46%), embora se deva ressaltar que 64% dos negros com nível superior são contra o Estatuto.


Questionados especificamente sobre a reserva de vagas para negros e descendentes em empresas públicas e privadas, um dos pontos previstos pelo Estatuto, 54% se mostram favoráveis. Entre os negros, segmento diretamente beneficiado pela ação afirmativa, 55% mostram-se favoráveis, taxa que é de 49% entre os brancos. A aceitação da proposta também diminui conforme aumenta a escolaridade (é de 60% entre os de escolaridade fundamental, ante 30% entre os que têm curso superior), e a renda familiar (de 55% entre os mais pobres para 29% entre os privilegiados economicamente).



Ação social



Um terço dos brasileiros participa de movimentos ligados à igreja

6% dos negros participam de algum movimento negro


Entre os brasileiros, povo conhecidamente religioso em sua maioria, a ação social mais comum é a participação em movimentos ligados a igreja, realizada por 31%.

Menos expressivas, mas ainda entre as mais freqüentes, vêm a participação social em trabalhos voluntários ou comunitários, desenvolvida por 20%, e a ação junto a partidos políticos, por 11%.

Outros tipos de ações sociais, dentre as estimuladas junto aos entrevistados, não chegam a mobilizar dois dígitos da população.


Entre elas, alcançam 7% da população, cada, a participação em movimentos em defesa da natureza e dos animais, e/ou em sindicatos, seguidas da participação em grêmio escolar ou centro acadêmico (6%). Outras ações, também realizadas por uma pequena minoria de brasileiros são: a participação em organizações não-governamentais (5%), em entidades estudantis como UNE, UMES e UBES (por 3%) e, com a mesma parcela desta, em movimentos pela reforma agrária e/ou no movimento negro.

No geral, desenvolvem mais ações sociais os brasileiros mais escolarizados, bem como os mais ricos, sobretudo em trabalhos voluntários ou comunitários (39% dos que têm curso superior, e 31%, ou mais, entre os que declaram renda acima de dez salários mínimos), a participação em ONG’s (14% dos primeiros, e 17% dos que recebem acima de vinte salários), atividades realizadas em grêmios estudantis/ centros acadêmicos (13% de cada segmento), ficando ainda ligeiramente acima da média o trabalho em defesa da natureza e dos animais (11% ou mais, entre os mais escolarizados e os mais ricos), além da participação de 15% dos que têm curso superior e de 16% dos que ganham entre dez e vinte salários mínimos em partidos políticos.


A participação varia, para alguns tipos de ação social, dependendo do estrato populacional.


Homens, mais do que mulheres, participam de partidos políticos (14%, ante 8%, respectivamente) e de sindicatos (9%, ante 5%). Mais mulheres, por outro lado, participam de movimentos ligados à igreja (34%, ante 28% deles). Entre os jovens até 25 anos e que se consideram pardos, fica acima da média a participação em grêmio estudantil ou centro acadêmico (15%, ante 10% dos jovens negros e 8% dos brancos), em trabalhos voluntários (25%, mesma freqüência de participação declarada por negros com idade entre 26 e 40 anos), além de 33% que participam de movimentos ligados à igreja, ante 28% dos negros e 26% dos brancos.

Vale notar, que 6% dos negros participam de algum movimento negro, que 8% dos homens que se declaram negros participam, acima da média (que é de 3%) do movimento negro, assim como os brasileiros negros com 26 anos ou mais (7%).

A principal razão em participar do movimento negro, pelos 3% de brasileiros que afirmam fazê-lo, é a motivação em combater o racismo e lutar pela conscientização da igualdade racial, para 48% desses, principalmente os homens (53%) em comparação com as mulheres (40%), e os que têm, no mínimo, o ensino médio (51%), comparados aos que estudaram até o primeiro grau (45%).

Algo que faz parte da cultura, algo com o que se identifica e é de interesse próprio motiva 12%, com destaque para as mulheres (17%) em relação aos homens (8%).


Outros 7% participam do movimento negro em prol da igualdade social e da democracia, 6% por necessidade de ter mais conhecimento e informações sobre a desigualdade, 4% por gostarem da cultura negra e afro, simplesmente por serem negros, ou por valorizarem a família (4%, cada). Dos brasileiros que se denominam negros e pertencem às classes A e B, 13% declaram participar de ONG’s.

Observados os dados por região, vale notar a participação, acima da média, tanto em partidos políticos quanto em movimentos ligados à igreja, entre os brasileiros residentes no Nordeste (16% e 37%, respectivamente).


São Paulo, 28 de outubro de 2008.